Vestida com uma camisola de renda branca e saia comprida
cor-de-rosa, Juanita "La Carinhosa" parece preparar-se para uma qualquer
cerimónia de fim-de-semana. Usa sapatos de salto alto, rosto maquilhado
e no cabelo duas tranças simetricamente alinhadas. Hoje é domingo e, em
La Paz, na Bolívia, mais do que dia santo, é dia de luta livre. As
Cholitas, como são conhecidas, vão subir ao ringue. Sair de lá é outra
história. Ao contrário da versão circense do wrestling americano, aqui a
luta é a doer, pouco ou nada encenada.
DONAS DE CASA
Apesar da luta ser hoje vista como uma forma de emancipação da mulher
boliviana -sobretudo por alguns sectores feministas da sociedade - a
verdade é que as divas da luta livre admitem que, fora dos ringues, são
mulheres absolutamente normais. Numa recente entrevista ao jornal El
Mundo, a cholita Sexy Pamela disse como o facto de ser lutadora lhe
permitia ter duas vidas: "dentro do ringue sou uma fera. Em casa, passo,
lavo, cozinho e trato do meu marido. Tal como fazia a minha mãe, e a
minha avó, Deus a tenha."
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